Paraná pretende adquirir vacinas contra a dengue

Estado | 30/03/2016
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, vai a Brasília nesta quarta-feira (30) para uma reunião com o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa. O objetivo é buscar mais informações sobre a vacina contra a dengue, já que o produto foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no dia 28 de dezembro do ano passado. 
 
 
Na pauta também está o preço da vacina no Brasil, que será definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, vinculada à Anvisa. 
 
O Governo do Estado pretende adquirir as doses com recursos próprios, visto que a União ainda não sinalizou se irá incluir a vacina da dengue no calendário básico de vacinação. 
 
“Trata-se de uma iniciativa pioneira do Paraná, pois entendemos que é preciso buscar novas armas no enfrentamento da dengue. A vacina já tem eficácia comprovada e será uma grande aliada na prevenção de casos graves e mortes pela doença”, explicou Caputo Neto. 
 
O secretário explica que a partir do valor estabelecido pela Anvisa o Estado poderá negociar com a indústria farmacêutica produtora e organizar a campanha de vacinação. A intenção é promover, ainda neste ano, uma campanha estadual de vacinação contra a doença, priorizando grupos de risco e regiões prioritárias. 
 
Desde agosto do ano passado, 31 mortes por dengue já foram confirmadas no Estado. Cerca de 70% das vítimas tinha comorbidades, ou seja, doenças crônicas pré-existentes que podem ter contribuído para a evolução do quadro clínico. “A vacina servirá para proteger também este público mais vulnerável. Isso terá impacto direto na redução do número de mortes”, ressaltou o secretário. 
 
PREVENÇÃO – O Governo do Estado também está reforçando as demais ações de prevenção contra a dengue. O foco é o combate ao mosquito Aedes aegypti, que também transmite o zika vírus e a febre chikungunya. A circulação simultânea das três doenças atualmente é uma das principais preocupações das autoridades de saúde. 
 
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira, é preciso intensificar o trabalho de eliminação dos criadouros do mosquito. “Mesmo com o fim do verão, os mutirões de limpeza e as ações de conscientização devem continuar em todos os municípios. O poder público e a população têm que se unir e fazer sua parte no combate ao inseto”, disse. 
 
Ao todo, 299 municípios paranaenses são considerados infestados pelo Aedes aegypti. Destes, pelo menos 219 já apresentaram casos autóctones de dengue, quando a infecção ocorre dentro do próprio município. O dado revela que a doença já circula em mais da metade (55%) das cidades do Paraná. 
 
“Os números mostram que a dengue não é um problema exclusivo das regiões norte, noroeste e oeste. Hoje a doença já está presente em todo o Estado, inclusive no Litoral, que têm a cidade com o maior número de casos do período”, revelou a superintendente. 
 
Cleide se refere a Paranaguá, em epidemia desde janeiro deste ano. Com 3.493 casos confirmados da doença, o município também é o que concentra a maior parte das mortes causadas pela dengue – são 19 das 31 registradas no Estado. Quatro destes óbitos foram confirmados nesta terça-feira, no novo boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde. 
 
A diretora da 1ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti, ressalta que o governo estadual já aplicou mais de R$ 8,8 milhões em ações para o enfrentamento da epidemia em Paranaguá. “Dinheiro destinado a atividades de limpeza urbana e a contratação emergencial de médicos e enfermeiros, compra de medicamentos, aquisição de materiais médicos-hospitalares, entre outras despesas para estruturar a assistência aos doentes”, detalhou. 
 
O Estado também instalou um hospital de campanha para garantir melhores condições de atendimento aos pacientes com suspeita da doença. As tendas serviram de suporte para o Pronto Atendimento Municipal, que chegou a receber mais de 700 pessoas por dia com sintomas da dengue.
 
No fim do ano passado, uma força-tarefa da Secretaria da Saúde foi enviada para Paranaguá com o objetivo de prestar apoio técnico às equipes da prefeitura. No verão, foi realizada uma pesquisa entomológica para verificar a presença do mosquito no litoral do Estado. Esta ação serviu de subsídio para o desenvolvimento de ações de controle do Aedes aegypti. 
 
Para as próximas semanas, já está prevista a realização de uma nova fase da aplicação do fumacê. Camionetes do governo estadual serão deslocadas para a cidade para o combate ao mosquito adulto, em sua forma alada. O trabalho deverá ser feito simultaneamente a mutirões de limpeza. 
 
BOLETIM DA DENGUE - O boletim divulgado nesta terça informa ainda que mais quatro municípios do Paraná entraram na lista de cidades com epidemia de dengue nesta semana. Com a inclusão de Ampére, Marialva, Corbélia e São Jorge do Ivaí, sobe para 40 o número de municípios epidêmicos. 
 
Quanto ao zika vírus, o número de casos do Estado passou de 190 para 200. Pelo menos 16 deles dizem respeitos a gestantes que estão sendo acompanhadas de perto pelas equipes de saúde da Rede Mãe Paranaense. 
 
Os registros de febre chikungunya também aumentaram na última semana. Com a identificação de mais um caso importado, agora o Paraná confirma 41 ocorrências da doença. 
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